quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Governo por um fio




Mais medidas de austeridade, foi o prémio que o governo nos deu pelo bom comportamento.
As medidas anunciadas são de uma gravidade brutal, nomeadamente a TSU. Estranhamente nem entidades patronais nem sindicatos concordam com ela. Para que serve?! Para tapar a borrada que o tribunal constitucional fez, é a única explicação. Nunca houve equidade entre o sector público e privado, foi agora que os juízes do Tribunal Constitucional descobriram essa realidade.
A descida da TSU para empresas e a subida para os trabalhadores não é mais do que uma forma de financiamento. Será que todas as empresas privadas são viáveis e merecem esse financiamento por parte dos trabalhadores, ou irão falir passados meses, onde fica o esforço, onde fica a justiça dessa acção. Não duvido que a descida da TSU para empresas e a manutenção desse valor para trabalhadores constituiria uma importante ferramenta de redução de imposto com efeitos na manutenção de empregos , com fortes possibilidade de criação. Assim, não passa de uma mera transferência entre partes onde não se vislumbra nada de bom.
Quando se fala de PPP todos sabemos que é necessário cortar e o governo tarda a fazê-lo. Os contratos das parcerias encontram-se de tal forma blindados que se torna impossível fazer qualquer coisa em relação a isso. O que mais me indigna é que os srs. que os assinaram continuam por aí como se nada fosse. No mínimo deviam estar presos, NO MÍNIMO.
Quando se falou em fundações apareceu logo um coro de nãos aos cortes. Agora já todas são importantes, já todas são relevantes. Quem o diz é muitas vezes quem depois se mostra contra a carga de impostos sobre as pessoas. É preciso cortar aqui, tarda em que seja realidade. O prazo (31 Agosto) já passou.
O ensino, o ajuste tinha que ser feito. Se há professores a mais o destino só pode ser um, o desemprego. Mesmo assim, sabendo-se este ponto ainda continuamos a ter um número de vagas excessivo para esses cursos. Muitos só servem para satisfazer os professores do ensino superior.
Olhemos para a política, parece-me claro que o CDS não está estabilizado. A necessidade de Paulo Portas convocar uma reunião com o núcleo duro antes de falar das mais recentes medidas de austeridade é um enorme sinal de instabilidade da maioria.
Noutro ponto, o grupo parlamentar do PSD parece estar a fragmentar-se, não sei até que ponto não haverá rupturas nas votações do OE. Não seria inédito essa fragmentação.
Por fim, a minha maior desilusão foi na entrevista (SIC) a Vitor Gaspar quando relativamente à descida da TSU o que iria fazer para controlar o dinheiro que fica nas grandes empresas (EDP, PT, GALP, JM, SONAE, etc…). Perante esta pergunta o ministro falou de um qualquer mecanismo de controlo de tesouraria, sem especificar muito, sem dar pormenores de nada. Arrisco-me a dizer que nem o próprio sabia do que estava a falar. Para maior decepção, quando interrogado sobre se estas empresas iriam repercutir esse dinheiro numa redução dos presos dos serviços que vendem, o ministro Gaspar não afirmou o papel de regulador do Estado, dizendo que como bom senso e com naturalidade as empresas irão fazê-lo automaticamente sem que haja regulação. Ora esta afirmação é completamente errada. É pura e simplesmente desconhecedora do mundo onde vivemos. O Estado tem que ser regulador.
Urge a necessidade de medidas descentralizadas de investimento e isto só é possível dando um murro na mesa nas reuniões. Afirmando que as medidas do programa foram tomas e não estão a resultar, não devendo insistir no mesmo erro. Se os ministros não se sentem capazes de gritar, de vociferar, de até mesmo exigir que assim seja, pois merecemos pelo comportamento demonstrado até aqui, entraremos num profundo ciclo depressivo sem qualquer luz de saída.
Deve ser dado a mérito a este governo por algumas medidas de redução da despesa, por exemplo o eliminação de chefias excessivas e limitações de vencimentos de gestores públicos, cortes em rendas e as concessões de exploração de minas que está a decorrer com bom ritmo. Não posso perdoar o falhanço em toda a linha, desde a execução do OE2012 até a teimosia do mesmo ainda por cima não pedindo nenhum benefício claro para o crescimento económico.
Passos Coelho e Vitor Gaspar estão desorientados, fechados em caixinhas, muito mais eles que os restantes ministério. Cheira-me que o Governo está por um fio depois de ter acabado com a estabilidade que o país detinha mesmo em austeridade.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Nova época

Inacreditável, a nova época de futebol já começou e a forma como foi preparada entristece qualquer amante da modalidade.
Os Russos, ou melhor os milhões dos russos, acabaram por desmantelar a liga. Levaram as jóias mais valiosas, Hulk do FCP e Witsel do SLB. A surpresa não se encontra nestas vendas, habitualmente os melhores saem para ligas mais interessante (não foi o caso) e para onde lhes pagam mais.
Inacreditável em todas as transferências é a forma como o SLB andou. Destruiu completamente o meio campo, não contratou um defesa esquerdo nem um defesa direito. Pelo contrário, encontra-se com um número excessivo de jogadores de ataque. A venda do Javi foi o maior disparate, não sendo vendido pela cláusula, o que não se percebe muito bem como foi possível.
Arrisco-me a dizer que os disparates vermelhos poderão custar, novamente, o campeonato nacional. Inacreditável.